"(...)Não acontecia nada e o tédio não passava e ele sempre chegava em casa apenas pra ficar ali olhando o nada, sem nem conseguir dormir de tão vazio que se sentia. Até que naquele domingo, por algum motivo, a câmera em sua escrivaninha passou a lhe importunar profundamente. Com uma naturalidade um tanto bizarra, então, pressionou o botão vermelho e desligou-a, logo fazendo o mesmo com o resto das câmeras da casa – e pensando que muitos outros ao redor do mundo, e até mesmo muitos outros naquele edifício, tinham por costume fazer o mesmo de vez em quando; pensando que aquilo jamais poderia trazer-lhe grandes conseqüências.

Mas não."
O CARRASCO DE ÓRION

13.9.04

 

- Já lhe disse que não se apegasse tanto a eles. – sentenciou Ramirez, abrindo a porta – Não quando temos tão pouco tempo, tão pouca chance.

Ela fez que não ouviu, pôs-se a mexer nas configurações do casulo, nos arquivos. Ajeitou o jaleco.

- Anna. – ele insistiu. – Não fale com ele, ele está marcado para amanhã. Deixe-o imerso.

Ela não deixou. Analisou as datas e horários marcados nos arquivos, comparou com os gráficos dos padrões celestes, e sorriu. Ramirez não pôde deixar de perceber, como já tinha percebido que Anna escondera-lhe algo de importância nos últimos meses. Mas fez que não ligava, e sentou-se na cadeira, enquanto ela punha-se a retirar o menino do casulo, ainda inconsciente, e respondia:

- Você sabe que não precisa me acompanhar, doutor.

Ele apertou uma das mãos por sobre o braço, roçando o couro da luva negra nos dedos.

- Não. Não preciso.

Ela puxou os fios ligados ao garoto, limpou-lhe um pouco o rosto, ajeitou o cabelo.

- Você sabe que eu nunca escondo nada de meus colegas de trabalho.
- Jamais cogitaria que escondesse.

Anna deitou o menino na cama, cobriu-o até pouco acima da cintura.

- Jamais cogitaria que houvesse algo de especial em uma das crianças.

Ela fez o melhor que pôde para disfarçar a surpresa.

- Isto, Cristovam, é porque você falha em ver algo de especial nas coisas pequenas.
- Nas coisas pequenas? – riu-se Ramirez. – Anna, não preciso te lembrar com o que trabalhamos aqui todos os dias, preciso?
- Sei muito bem o que fazemos. Sei o quanto você se importa.
- Tanto me importo – ele lançou os olhos em direção ao garoto, que despertava, enquanto prosseguia. – Tanto me importo, que não te impeço de visitar este fedelho.

Anna sorriu novamente, talvez começando a compreender.

- Tia? – o menino chamou, esfregando o rosto.
- Estou aqui, pequeno.
- Tive um sonho tão esquisito.
- Teve, meu bem? Como foi?
- Tinha uma moça nele, bonita, parecia com você. Mas eu fazia alguma coisa que deixava ela brava, e então um bicho esquisito vinha atrás de mim, com umas garras pontudas, e todo escuro, e.

Ele parou quando se deu conta da presença de Ramirez. Este se levantou, e tomou o rumo da porta.

- Como ia dizendo, tanto me importo, que não te impeço de visitar este fedelho e de tratá-lo como bem entender.
- Sim. – ela sorriu novamente. – Obrigado, Crip.
- Não me chame assim. – retrucou Ramirez, ríspido, e saiu.

Anna voltou-se novamente para o garoto com um olhar terno, e acariciou as maçãs de seu rosto, uma por vez. Ele voltou a falar depois de um tempo.

- Fiquei com um medo do bicho, tia.
- Não fique, era só um sonho.
- Ele me picava, parecia uma injeção. Hoje vai ter injeção?
- Vai, meu bem, hoje vai ter injeção, e também vamos tirar um pouco do seu sangue.
- E a água ruim?
- Vai ter água ruim.
- E o quarto piscante?
- Não, o quarto piscante é só amanhã. E depois você volta pro papai e pra mamãe.
- Vou? Vou mesmo?
- Claro que vai. Agora dá o braço pra tia.

Ele estendeu o braço imediatamente, enquanto ela puxava a agulha de forma quase imperceptível.

- A injeção vai parecer o bicho. Dói.
- Você não gosta?
- Não gosto, porque dói. Dói muito.

Anna segurou o braço, a princípio com delicadeza. Ele não esboçava no rosto o desgosto a que se referia, e ela mirou bem fundo em seus olhinhos enquanto aplicava a injeção.

- Isso é ruim? – indagou, puxando a pistola com velocidade.
- Ai!

O menino levou a mão ao braço, mas ela tomou de ambos e, antes de buscar um curativo, sugou o pouco sangue que o ferimento exalava com os lábios, e selou-o com um beijo.

- Tia, porque têm que fazer essas coisas ruins comigo?
- Ruins? Que coisas ruins?
- A injeção, a água, o quarto piscante.
- Não se preocupe, benzinho, depois de amanhã já vai passar e você vai voltar pra mamãe e pro papai.
- Mas você vem comigo, tia?

Ela aplicou o curativo que tinha preparado, mudando ligeiramente o tom da voz enquanto o fazia.

- Não. Não vou com você.

Anna pegou um roupão da parede e começou a vestir o menino com ele.

- Vamos, venha com a tia. Temos muita coisa pra fazer hoje.
- Vamos pra sala da água ruim? Não quero a água ruim.
- Não? – ela o fitou com seu olhar escuro e profundo, e ele calou-se. – Posso te deixar aqui.
- Quero ficar com você, tia.
- Então venha comigo.

Ele pulou da cama, mas não a seguiu simplesmente: agarrou-a pela cintura e enrolou-a com os bracinhos o melhor que podia, manhoso.

- Você fica comigo enquanto eu tomo a água? E enquanto tiro sangue? Eu não gosto, porque dói.
- Eu sei, eu sei. – ela afagou seus cabelos, e seguiu num murmúrio, que a criança, ainda que pudesse ouvir, não poderia compreender – Mas você vai precisar da dor pra conhecer o prazer, meu bem, vai precisar da morte pra saber da vida, vai precisar aprender a guardar o segredo para revelá-lo. Meu segredo, meu pequeno, meu anjo.

E abaixou-se, para ter certeza de que ele ouviria o final.

- Meu precioso Éadward.


posted by Heitor 22:53

 

 

 

 

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A estória até agora (primeiro post em 22/07/2003):

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O LAR DO CARRASCO

Local: Rio de Janeiro, Brasil.

Época: 2058 D.C.

Condições: As cidades e as pessoas não mudam - não no que interessa. Mas se você se preocupa com os detalhes, eis um glossário para os perdidos.

DRAMATIS PERSONAE

Aécio: tutor de Márcia, a quem acolheu e criou desde muito nova.

Alice: mais nova residente do edifício de Eduardo, onde ocupa o décimo primeiro andar. Razoável, amigável, tolerante, bem-humorada, dona de olhos muito claros. Ocasionalmente causa um asco terrível e inexplicável a ele.

Ana: mulher misteriosa que Eduardo encontra no Jason’s. Pálida, cabelos da cor do fogo e olhos de um escuro imenso, fala de maneira oblíqua, desaparece quando bem entende e parece conhecer todos os segredos. Samantha alega que ela mente ao dizer seu nome.

Big H: hacker investigado por Caio, cujos logs costumava alterar de maneira provocativa.

Caio: músico do andar acima de Sônia. Sentia falta de intimidade. Freqüentava forums sobre sexo. Andava mexendo com um hacker chamado Big H. Foi encontrado morto no próprio quarto, talvez assassinado; muitas suspeitas recaem sobre Eduardo. Este por sua vez acha que foi Ana.

Dr. Cristóvam Ramirez: proprietário dos laboratórios Ramirez, foi o cabeça do projeto Ártemis. Tentou dissuadir, em vão, Oxford a não fugir com o Chronos. Desapareceu alguns anos atrás. Tem predileção por vocábulos de negação.

Dr. Richard Oxford: dono do restaurante onde Soraia atualmente trabalha. No passado, foi parte da equipe do projeto Ártemis, trabalhando com Ramirez. Desenvolveu o Chronos, um potente agente contra o envelhecimento, que por sua vez gerou um vírus terrível que exige vidas humanas para ser contido.

Dra. Anna Ericsson: bióloga, suas descobertas levaram à criação do projeto Ártemis, o qual integrou. Sônia verificou pelos arquivos que ela tinha os olhos escuros.

Eduardo: fio condutor da narrativa, é mestre em circuitos tecno-orgânicos de precisão, artista plástico frustrado e famoso bem sucedido. Profundamente entediado, adquiriu os hábitos peculiares de desligar as câmeras do seu vlog, de encontrar-se com uma ruiva de olhos escuros, e de ser suspeito de homicídio.

Heitor: autor desta estória.

Higínio: vigia dos registros de logs. Trabalha para a Z, mas tem um supervisor direto de identidade ainda desconhecida.

Homem de Capote Marrom: estranho de olhos muito claros por quem Márcia sentiu-se atraída uma noite no Jason’s, mas com quem nunca nem ao menos travou diálogo.

Irene: mora abaixo de Eduardo. Tem uma constituição física frágil mas esteticamente perfeita. Acredita em explicações lógicas para os sentimentos, e que o amor é uma projeção. Gosta de discutir e prender os outros interlocutores em armadilhas de argumentação lógica; Eduardo é o único capaz de rechaçá-la, o que tem por hábito fazer.

Jason: inglês, dono do bar Jason’s, freqüentado por Eduardo, trabalhou para a Z na busca dos restos do veículo ARX-Maglev.

Jorge: Engenheiro termodinâmico, reside dois andares abaixo de Eduardo, com quem simpatiza. Aficcionado pela profissão, metódico, muito sério no que faz, tem surtos de escapismo frenético.

Márcia: vizinha de Eduardo, mora no 1° andar do prédio. Perdeu os pais e o irmão gêmeo ao fugir na ARX-Maglev, quando criança. Pensa pouco antes de agir. Adora vermelho.

Maria: síndica do prédio, reside dois andares acima de Eduardo. Autoritária. Irrita-se com facilidade.

Miguel: vizinho de Eduardo, mora no andar imediatamente acima ao dele. Está de viagem há um mês e meio e deixou uma procuração com Alice para as reuniões de condomínio.

Mr. D: bio-hacker, aparentemente sub-contratado pela Z ou pela Styx. Criou a trava de segurança do vírus que o Chronos gerou.

Raphael Pontes: romancista de renome, autor de “De Fogo e de Vento”, a quem Sônia e Márcia muito apreciam.

Rubens: vizinho do 5° andar de Eduardo, é o mais jovem residente. Provocador e arrogante, irrita muito a Alice.

Safada_23, Fernanda, Taíse, Bruno, Carol, Luísa, Netrap, Hentai_Princess, Sweet, O outro e Slayer: participantes do holo-fórum “Debatendo Sexo em Aberto”. Caio acredita que Slayer seja, na verdade, Ana, e que ela tenha lhe enviado bilhetes. Slayer declarou que Caio morreria se continuasse a bisbilhotar Big H.

Samantha: irmã gêmea de Sônia, com quem divide agora o mesmo corpo e vida. Terrorista, promoveu diversos atentados aos laboratórios Ramirez. Deixou várias anotações misteriosas para a irmã, que as enviou a alguém que assina como R.

Sônia: repórter, mora dois andares acima de Márcia. Não é filha de um mortal. Sacrificou metade de sua vida para salvar a de Samantha, sua irmã gêmea. Recebeu bilhetes misteriosos que desconfia terem sido feitos por Eduardo. Rói as unhas. Tem uma curiosidade suicida.

Soraia: vizinha de cima de Márcia, bióloga em formação educacional, mas atualmente trabalhando como chefe de cozinha para Oxford. Já foi objeto do amor de Eduardo, que ainda lhe guarda rancor pelo desprezo que recebeu em troca; atualmente acusa-o de destruição de propriedade e do assassinato de Caio, nessa ordem. Tem imensas coleções no apartamento e olhos castanhos muito largos. Não gosta que gozem em seu edredom.

Tiago: antigo amigo de Eduardo, com quem perdeu o contato, reside na cobertura de seu edifício, onde passa o dia rabiscando desenhos, poemas e semelhantes obras de arte. Quieto e alienado do restante dos moradores, tem um séqüito de lags extremamente fiel.

VOCABULÁRIO

- .sdr: abreviatura de system damage report (relatório de danos no sistema); usada para identificar um formato de arquivo que mistura voz, texto e imagem para reconstituir e avaliar eventos danosos a um sistema digital.

- Amp: formato de gravação áudio/vídeo digital que consagrou-se como o mais rentável de todos, e eventualmente tornou-se sinônimo da gravação. Note-se que, hoje em dia, a capacidade de armazenamento dos drives caseiros (que existem em grande quantidade, cada pessoa possui vários drives e para várias funções) é tão grande, a de compressão do amp tão pequena, e a transferência da rede para qualquer aparelho, mesmo um trimag, tão rápida, que só os mais preciosistas preocupam-se em transferir as amps que possuem para DVD. A maioria apenas mantém um backup e pronto.

- Analfa: burro, idiota, estúpido, aculturado, etc. Membro da classe baixa, em oposição ao apelido “Huxleyano” da elite (alfa). Gíria muito antiga que retornou ao jargão recentemente.

- Bal: prazer, satisfação breve e facilmente adquirida.

- Ecotec: aglutinação dos vocábulos “tecnologia” e “ecologia”. Todo utensílio ligado à preservação do meio-ambiente, particularmente os mais modernos.

- Escrotar: você pode imaginar o que seja.

Fabrique: da gíria francesa “fabriqué”, muito em voga nos idos de 2030. Adjetivo que designa artificialidade, algo “com cara de recém-saído da fábrica”, certinho, reto, perfeitamente angulado, quadrado.

- Fud: misto de boite, motel, prostíbulo e casa de jogos muito comum na noite carioca.

- Grito-Mestre: objeto, quase sempre um documento, de grande importância, ou contendo informação importante.

- HV: holovisão. Aparelho semelhante à TV, só que em 3D. O nome completo, em teoria, é Tele-Holo-Visão, mas ninguém usa esse termo, mesmo formalmente.

- Maltrão: membro da classe baixa (ralé). Termo levemente informal.

- Mercúria: micro-câmera voadora para uso pessoal, programada para rotacionar em torno do usuário e filmá-lo de ângulos diversos. Usada em conjunto com o trimeg, permite que o dono de um log seja acompanhado online realmente 24hs. por dia. O modelo e a logo-marca pertencem a Z.

- OC: abreviação de Oceania, conglomerado empresarial originariamente asiático que domina os mercados da produção artística (música, escultura, cinema, teatro – a mais decadente de todas, dança, escrita fictícia e documentária, em prosa ou verso, pintura, arte sequencial e interativa), além das tecnologias de transporte, agricultura, fornecimento de alimentos e congêneres. É encarregada do fornecimento de drogas e é a criadora do soma. Além disso, encarrega-se do que já foi o Poder Legislativo. Teoricamente, compete com a Z e a Styx, mas todos sabem que elas são parceiras no que concerne ao governo do mundo.

- Ouél: membro da classe econômica alta (elite). De conotação apenas levemente informal.

- Pé: membro da classe baixa (ralé). Termo razoavelmente pejorativo.

- Pop: uma ampliação do sentido de hoje em dia. Além de abreviação para “popular” e “popularidade”, é a unidade de medida de audiência, e usado para qquer coisa q envolva audiência ou fama em geral.

- Rap: adjetivo para escandaloso, chamativo, estiloso.

- Ritar: chamar, ligar para, “telefonar” (quase não se usa mais telefone desde a popularização do vídeofone); atingir, acertar, golpear.

RPC: abreviação de “rio pra caralho” (ou “rindo pra caralho”); inspirada no “laugh my ass off” americanos, é usado em conversas de texto da Rede como expressão de estado de humor do interlocutor, e denota, como se pode deduzir, riso intenso, quase incontrolável.

- Rúfer: chefão, homem de cima, quem manda; alguém que não abdica de uma vantagem.

Streamline: corrente em inglês, designa uma via de acesso de dados em rede.

- Styx: conglomerado empresarial europeu que domina todos os setores bio-medicinais e de extração mineral (da medicina à clonagem, do garimpo às Usinas Solares e Nucleares). Além disso, são encarregados dos serviços funerários e do que já foi o Poder Executivo local, isto é, exercido nas unidades federativas (prefeito, governador, etc.), visto q o Executivo Nacional não mais existe como tal. Teoricamente é competidora da Z e da OC, mas é fácil deduzir que elas, na verdade, auxiliam-se mutuamente para ditar o rumo da Nova Ordem Mundial.

Tiltado(a): pasmo, estupefato; catatônico.

Torre: denominação dada a um setor de armazenamento de informações digitais organizado em níveis.

- Trimeg: corruptela de 3mg, por sua vez abreviação de mini-multi-media gadget, descendente distante do celular que congrega as funções de videofone, videogame, reprodutor e gravador de arquivos de áudio e vídeo, câmera filmadora e fotográfica, além de transferência de dados usuário-usuário, e acesso completo à Rede. A tecnologia e a logomarca pertencem à Z.

- Z: o maior conglomerado empresarial do mundo, surgiu na América do Norte e dominou todos os setores de informática, comunicação, fornecimento de energia, navegação aero-espacial e, como se não bastasse, virtualmente todo o arsenal bélico do planeta. Controla a Justiça, a(s) Igreja(s), e os registros históricos, tanto em arquivo como em museu. Em teoria, compete com a OC e a Styx; alguns diriam que todas as 3 trabalham em conjunto para governar o planeta; mas não seria exagero nenhum dizer que é Z quem detém o poder de fato.

- Zerar: acabado, terminado, completo, como nos videogames, mas de uso mais amplo.

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O MANDANTE DO CRIME

Nome: Heitor Coelho

Idade: 76

Paradeiro: desconhecido

Formado em: Direito com pós-graduação em Astrologia Jurídica; Astronomia; Teoria da Levitação; Projeciologia.

Gosta de ouvir: sons das profundezas do inferno ou laranjas caindo no lodo, o que vier primeiro.

Livro: sua cara por um preço camarada.

Nas horas vagas: viagens ao Submundo.

Qual a intenção desse blog: contar uma boa estória. Não reparou, retardado?

Signo: adivinha.

Aí, galera do Megazine: vão se fuder!

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