"(...)Não acontecia nada e o tédio não passava e ele sempre chegava em casa apenas pra ficar ali olhando o nada, sem nem conseguir dormir de tão vazio que se sentia. Até que naquele domingo, por algum motivo, a câmera em sua escrivaninha passou a lhe importunar profundamente. Com uma naturalidade um tanto bizarra, então, pressionou o botão vermelho e desligou-a, logo fazendo o mesmo com o resto das câmeras da casa – e pensando que muitos outros ao redor do mundo, e até mesmo muitos outros naquele edifício, tinham por costume fazer o mesmo de vez em quando; pensando que aquilo jamais poderia trazer-lhe grandes conseqüências.

Mas não."
O CARRASCO DE ÓRION

11.5.04

 
- Eu... me lembro. Nós morávamos no laboratório. Cygnus.
- Sim.
- Usei uma máquina em você, em nós duas. Meu Deus, eu me lembro de você morrendo, perfurada... e eu, meus braços. Eu parei de sangrar tão rápido. Eu nunca quebrei um braço, nunca desloquei um dedo, nunca fiquei com uma ferida.
- Você recebeu uma dádiva maior.
- Como assim? E o que quer dizer filha de algo mais? E por que explodir os laboratórios?
- Silêncio, criança.

A voz cortante tinha vindo de trás de um arbusto escuro à esquerda; sua dona surgiu pouco depois, envolta por um longo vestido negro, os cabelos avermelhados reluzindo na sombra. Sônia olhou ao redor, e subitamente percebeu onde estava: a não mais que dez metros do Jason’s, o mesmo lugar até onde tinha seguido Eduardo naquele dia.

- Quem... quem é você?
- Ana.
- Ela está mentindo, Sônia!
- Anna? Anna Ericsson?

Ana sorriu, e deu um passo a frente.

- Eu sinto muito Sônia. Fiz o que pude pra impedir você de ter que passar por isso.
- Isso o quê?

Outro passo.

- Você é forte. Foi feita pra sobreviver.
- Feita?!

Ana interrompeu, e deu novo passo:

- Feita. Desenhada. Planejada. Filha de um projeto, de um conceito, mais que um homem. Esperavam fazê-la imortal.
- Um projeto?!
- Cygnus não era o laboratório, criança. Era seu pai.

Sônia arregalou os olhos.

- Não.

Samantha fechou-os.

- Sim. É verdade.
- Pare de fechar meus olhos! Pare com essa merda!
- Desculpe...
- Você aí, moça de preto! Desafasta, fica longe! Eu não sei qual é a sua, mas pra ficar camperada num bar vinte e quatro horas por dia boa coisa não é. Não sou grande coisa, mas se você chegar perto enfio esse trimag na sua cara e vai doer pra caralho.

Ana virou levemente o rosto, e moveu-se adiante novamente.

- Samanta. Pelamordedeus, porque você explodia laboratórios à noite.
- Eu tinha que impedir o que eles iam fazer; nós tínhamos. Você me ajudou.
- Eu nunca ajudaria você a fazer isso! Não sou assassina!
- Não? – Ana virou a face de volta, sem se deter, mirando com certa piedade a trimag agora na mão esquerda de Sônia. Estava a menos de dois metros dela.
- Não! Agora diz o que você tinha que impedir.
- Eles querem a ordem, a verdade, a liberdade, a eternidade. Mas só conseguem o caos, a falsidade, o cárcere e a morte. Um mantenedor da vida que se tornou um carrasco.
- Carrasco?! Co –
- Como no bilhete? – Ana já estava a seu lado. – Sim.
- É você? É isso que quer dizer?
- Não.

Houve um silêncio abrupto, e Sônia subiu o olhar para o céu estrelado.

- Você mandou? O bilhete?
- Não.
- Eduardo. Eu sabia. Onde eles está?
- A duas quadras daqui.
- Era carrasco de quem?
- De Órion.
- É aquela constelação ali, certo?
- Não podia estar mais errada.

Novamente o silêncio.

- Samanta?
- O que, irmã?
- Eu vou morrer? Você me disse que eu não podia morrer. Quando éramos menores.
- Ela se enganou.
- Você vai me matar? Por quê? Como? Qual o motivo disso tudo?

Ana estendeu a mão esquerda e tocou no rosto de Sônia, delicadamente, dizendo:

- Você vai morrer...
- Por quê? Por quê?!
- ... sem saber.

E a beijou com força, até que os lábios começassem a sangrar.



posted by Heitor 22:57

 

“Era uma vez duas irmãs gêmeas, nascidas da mesma mãe, ao término de uma mesma noite; a segunda de um homem, a primeira, de algo mais. Eram inseparáveis, irmãs modelo: iam juntas a todos os lugares, e nunca brigaram entre si, mesmo pelos bens mais preciosos. Nunca faziam nada sem o consentimento da outra. Elas viveram felizes até os treze anos, mas descobriram então que estavam sendo usadas para acarretar algo terrível, e tentaram impedir.

Mas a segunda irmã, de sangue mais fraco, pereceu ao tentar, e arrasada pela dor, a primeira, cujo corpo não podia se desfazer, ofereceu metade de sua vida pela dela. E assim agora elas dividem o mesmo corpo, a mesma vida, uma à noite, outra ao dia, e enquanto a primeira continuava uma vida pacífica, à noite, a segunda prosseguia com a guerra.”


posted by Heitor 22:56

 

Sônia não podia evitar a sensação de que algo estava terrivelmente errado, apesar de estar conseguindo escapar aparentemente sem chamar a atenção de um único guarda. Aguardou até que a trimag bipasse, anunciando o recebimento do anexo, seguido de uma resposta textual.

“Tão seguros. Se houver alguma coisa pra decifrar, pode deixar que eu decifro. E toma cuidado, menina! Beijos, R.”

Menos mal, menos mal, suspirou aliviada. Mas agora precisava parar um pouco, absorver os eventos, pensar no próximo passo. Dobrou a esquina e, satisfeita com o pequeno tamanho da rua e sua relativa escuridão, sentou-se no primeiro banco que viu, e desandou a digitar num arquivo recém-criado – sempre a ajudava a raciocinar.

“Todos os equipamentos para os atentados – no meu quarto, escondidos. Tentativa de incriminação? Por quem? Verdadeiro autor, outro interessado? Eduardo? Muito suspeito ultimamente, gerou experiência inexplicável. Mas tentou me avisar, proteger de alguma coisa, era sincero. Também não era a mesma caligrafia. E como teria entrado? Ver registros de câmera... data do último atentado.”

Rodou a HV no horário exato da explosão. Nada, casa vazia. Avançou uma hora, duas horas, duas horas e quinze minutos alguém entrava no seu quarto, pausa. Passou um pouco o trecho. Retorna 10 segundos, silhueta de mochila, fechando o compartimento secreto. Retorna mais 30 segundos, ainda guardando as coisas, a luz fraca impedia o reconhecimento, ela analisa com mais cuidado.

“Fêmea, cerca de 160 centímetros, magra. Silhueta extremamente familiar, irreconhecível.”

Avança alguns minutos, na esperança de que a criminosa caminhe até algum ponto mais iluminado. Ela visita a cozinha, está se servindo com algum líquido, dado momento derruba-o.

“Criminosa bebe leite com uva, à moda Ganzarolli. Esqueci de limpar o chão naquele dia, cozinha ficou manchada. Mistura fez mal ao meu estômago, parar de tomar de madrugada.”

Sônia deteve a mão pouco antes de selecionar o botão de avançar novamente.

- O que é isso, o que foi que eu escrevi?

Voltou ao trimag para tentar apagar o parágrafo anterior, mas ao invés disso escreveu de novo.

“Sônia é uma menina pouco objetiva. Quando escreve, transforma-se em outra pessoa, fica objetiva. Ela já analisou as evidências, já registrou tudo e só há uma conclusão possível.”

- Isso mesmo. Fui eu. Eu quem causei os atentados.
- Quem disse isso?
- Você não reconhece a voz, Sônia? Já não reconheceu a letra, mas nem a voz? Como não se lembra de mim?
- ...Samanta?
- Sim.
- Como? Onde você está?
- Você não lembra? Achei que fosse lembrar agora.
- Lembrar do que?
- Fique calma. Sente-se. É sua vez de ouvir. Vou lhe contar uma história.
- Mas.
- Calma. Começa assim.


posted by Heitor 22:48

 

 

 

 

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A estória até agora (primeiro post em 22/07/2003):

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O LAR DO CARRASCO

Local: Rio de Janeiro, Brasil.

Época: 2058 D.C.

Condições: As cidades e as pessoas não mudam - não no que interessa. Mas se você se preocupa com os detalhes, eis um glossário para os perdidos.

DRAMATIS PERSONAE

Aécio: tutor de Márcia, a quem acolheu e criou desde muito nova.

Alice: mais nova residente do edifício de Eduardo, onde ocupa o décimo primeiro andar. Razoável, amigável, tolerante, bem-humorada, dona de olhos muito claros. Ocasionalmente causa um asco terrível e inexplicável a ele.

Ana: mulher misteriosa que Eduardo encontra no Jason’s. Pálida, cabelos da cor do fogo e olhos de um escuro imenso, fala de maneira oblíqua, desaparece quando bem entende e parece conhecer todos os segredos. Samantha alega que ela mente ao dizer seu nome.

Big H: hacker investigado por Caio, cujos logs costumava alterar de maneira provocativa.

Caio: músico do andar acima de Sônia. Sentia falta de intimidade. Freqüentava forums sobre sexo. Andava mexendo com um hacker chamado Big H. Foi encontrado morto no próprio quarto, talvez assassinado; muitas suspeitas recaem sobre Eduardo. Este por sua vez acha que foi Ana.

Dr. Cristóvam Ramirez: proprietário dos laboratórios Ramirez, foi o cabeça do projeto Ártemis. Tentou dissuadir, em vão, Oxford a não fugir com o Chronos. Desapareceu alguns anos atrás. Tem predileção por vocábulos de negação.

Dr. Richard Oxford: dono do restaurante onde Soraia atualmente trabalha. No passado, foi parte da equipe do projeto Ártemis, trabalhando com Ramirez. Desenvolveu o Chronos, um potente agente contra o envelhecimento, que por sua vez gerou um vírus terrível que exige vidas humanas para ser contido.

Dra. Anna Ericsson: bióloga, suas descobertas levaram à criação do projeto Ártemis, o qual integrou. Sônia verificou pelos arquivos que ela tinha os olhos escuros.

Eduardo: fio condutor da narrativa, é mestre em circuitos tecno-orgânicos de precisão, artista plástico frustrado e famoso bem sucedido. Profundamente entediado, adquiriu os hábitos peculiares de desligar as câmeras do seu vlog, de encontrar-se com uma ruiva de olhos escuros, e de ser suspeito de homicídio.

Heitor: autor desta estória.

Higínio: vigia dos registros de logs. Trabalha para a Z, mas tem um supervisor direto de identidade ainda desconhecida.

Homem de Capote Marrom: estranho de olhos muito claros por quem Márcia sentiu-se atraída uma noite no Jason’s, mas com quem nunca nem ao menos travou diálogo.

Irene: mora abaixo de Eduardo. Tem uma constituição física frágil mas esteticamente perfeita. Acredita em explicações lógicas para os sentimentos, e que o amor é uma projeção. Gosta de discutir e prender os outros interlocutores em armadilhas de argumentação lógica; Eduardo é o único capaz de rechaçá-la, o que tem por hábito fazer.

Jason: inglês, dono do bar Jason’s, freqüentado por Eduardo, trabalhou para a Z na busca dos restos do veículo ARX-Maglev.

Jorge: Engenheiro termodinâmico, reside dois andares abaixo de Eduardo, com quem simpatiza. Aficcionado pela profissão, metódico, muito sério no que faz, tem surtos de escapismo frenético.

Márcia: vizinha de Eduardo, mora no 1° andar do prédio. Perdeu os pais e o irmão gêmeo ao fugir na ARX-Maglev, quando criança. Pensa pouco antes de agir. Adora vermelho.

Maria: síndica do prédio, reside dois andares acima de Eduardo. Autoritária. Irrita-se com facilidade.

Miguel: vizinho de Eduardo, mora no andar imediatamente acima ao dele. Está de viagem há um mês e meio e deixou uma procuração com Alice para as reuniões de condomínio.

Mr. D: bio-hacker, aparentemente sub-contratado pela Z ou pela Styx. Criou a trava de segurança do vírus que o Chronos gerou.

Raphael Pontes: romancista de renome, autor de “De Fogo e de Vento”, a quem Sônia e Márcia muito apreciam.

Rubens: vizinho do 5° andar de Eduardo, é o mais jovem residente. Provocador e arrogante, irrita muito a Alice.

Safada_23, Fernanda, Taíse, Bruno, Carol, Luísa, Netrap, Hentai_Princess, Sweet, O outro e Slayer: participantes do holo-fórum “Debatendo Sexo em Aberto”. Caio acredita que Slayer seja, na verdade, Ana, e que ela tenha lhe enviado bilhetes. Slayer declarou que Caio morreria se continuasse a bisbilhotar Big H.

Samantha: irmã gêmea de Sônia, com quem divide agora o mesmo corpo e vida. Terrorista, promoveu diversos atentados aos laboratórios Ramirez. Deixou várias anotações misteriosas para a irmã, que as enviou a alguém que assina como R.

Sônia: repórter, mora dois andares acima de Márcia. Não é filha de um mortal. Sacrificou metade de sua vida para salvar a de Samantha, sua irmã gêmea. Recebeu bilhetes misteriosos que desconfia terem sido feitos por Eduardo. Rói as unhas. Tem uma curiosidade suicida.

Soraia: vizinha de cima de Márcia, bióloga em formação educacional, mas atualmente trabalhando como chefe de cozinha para Oxford. Já foi objeto do amor de Eduardo, que ainda lhe guarda rancor pelo desprezo que recebeu em troca; atualmente acusa-o de destruição de propriedade e do assassinato de Caio, nessa ordem. Tem imensas coleções no apartamento e olhos castanhos muito largos. Não gosta que gozem em seu edredom.

Tiago: antigo amigo de Eduardo, com quem perdeu o contato, reside na cobertura de seu edifício, onde passa o dia rabiscando desenhos, poemas e semelhantes obras de arte. Quieto e alienado do restante dos moradores, tem um séqüito de lags extremamente fiel.

VOCABULÁRIO

- .sdr: abreviatura de system damage report (relatório de danos no sistema); usada para identificar um formato de arquivo que mistura voz, texto e imagem para reconstituir e avaliar eventos danosos a um sistema digital.

- Amp: formato de gravação áudio/vídeo digital que consagrou-se como o mais rentável de todos, e eventualmente tornou-se sinônimo da gravação. Note-se que, hoje em dia, a capacidade de armazenamento dos drives caseiros (que existem em grande quantidade, cada pessoa possui vários drives e para várias funções) é tão grande, a de compressão do amp tão pequena, e a transferência da rede para qualquer aparelho, mesmo um trimag, tão rápida, que só os mais preciosistas preocupam-se em transferir as amps que possuem para DVD. A maioria apenas mantém um backup e pronto.

- Analfa: burro, idiota, estúpido, aculturado, etc. Membro da classe baixa, em oposição ao apelido “Huxleyano” da elite (alfa). Gíria muito antiga que retornou ao jargão recentemente.

- Bal: prazer, satisfação breve e facilmente adquirida.

- Ecotec: aglutinação dos vocábulos “tecnologia” e “ecologia”. Todo utensílio ligado à preservação do meio-ambiente, particularmente os mais modernos.

- Escrotar: você pode imaginar o que seja.

Fabrique: da gíria francesa “fabriqué”, muito em voga nos idos de 2030. Adjetivo que designa artificialidade, algo “com cara de recém-saído da fábrica”, certinho, reto, perfeitamente angulado, quadrado.

- Fud: misto de boite, motel, prostíbulo e casa de jogos muito comum na noite carioca.

- Grito-Mestre: objeto, quase sempre um documento, de grande importância, ou contendo informação importante.

- HV: holovisão. Aparelho semelhante à TV, só que em 3D. O nome completo, em teoria, é Tele-Holo-Visão, mas ninguém usa esse termo, mesmo formalmente.

- Maltrão: membro da classe baixa (ralé). Termo levemente informal.

- Mercúria: micro-câmera voadora para uso pessoal, programada para rotacionar em torno do usuário e filmá-lo de ângulos diversos. Usada em conjunto com o trimeg, permite que o dono de um log seja acompanhado online realmente 24hs. por dia. O modelo e a logo-marca pertencem a Z.

- OC: abreviação de Oceania, conglomerado empresarial originariamente asiático que domina os mercados da produção artística (música, escultura, cinema, teatro – a mais decadente de todas, dança, escrita fictícia e documentária, em prosa ou verso, pintura, arte sequencial e interativa), além das tecnologias de transporte, agricultura, fornecimento de alimentos e congêneres. É encarregada do fornecimento de drogas e é a criadora do soma. Além disso, encarrega-se do que já foi o Poder Legislativo. Teoricamente, compete com a Z e a Styx, mas todos sabem que elas são parceiras no que concerne ao governo do mundo.

- Ouél: membro da classe econômica alta (elite). De conotação apenas levemente informal.

- Pé: membro da classe baixa (ralé). Termo razoavelmente pejorativo.

- Pop: uma ampliação do sentido de hoje em dia. Além de abreviação para “popular” e “popularidade”, é a unidade de medida de audiência, e usado para qquer coisa q envolva audiência ou fama em geral.

- Rap: adjetivo para escandaloso, chamativo, estiloso.

- Ritar: chamar, ligar para, “telefonar” (quase não se usa mais telefone desde a popularização do vídeofone); atingir, acertar, golpear.

RPC: abreviação de “rio pra caralho” (ou “rindo pra caralho”); inspirada no “laugh my ass off” americanos, é usado em conversas de texto da Rede como expressão de estado de humor do interlocutor, e denota, como se pode deduzir, riso intenso, quase incontrolável.

- Rúfer: chefão, homem de cima, quem manda; alguém que não abdica de uma vantagem.

Streamline: corrente em inglês, designa uma via de acesso de dados em rede.

- Styx: conglomerado empresarial europeu que domina todos os setores bio-medicinais e de extração mineral (da medicina à clonagem, do garimpo às Usinas Solares e Nucleares). Além disso, são encarregados dos serviços funerários e do que já foi o Poder Executivo local, isto é, exercido nas unidades federativas (prefeito, governador, etc.), visto q o Executivo Nacional não mais existe como tal. Teoricamente é competidora da Z e da OC, mas é fácil deduzir que elas, na verdade, auxiliam-se mutuamente para ditar o rumo da Nova Ordem Mundial.

Tiltado(a): pasmo, estupefato; catatônico.

Torre: denominação dada a um setor de armazenamento de informações digitais organizado em níveis.

- Trimeg: corruptela de 3mg, por sua vez abreviação de mini-multi-media gadget, descendente distante do celular que congrega as funções de videofone, videogame, reprodutor e gravador de arquivos de áudio e vídeo, câmera filmadora e fotográfica, além de transferência de dados usuário-usuário, e acesso completo à Rede. A tecnologia e a logomarca pertencem à Z.

- Z: o maior conglomerado empresarial do mundo, surgiu na América do Norte e dominou todos os setores de informática, comunicação, fornecimento de energia, navegação aero-espacial e, como se não bastasse, virtualmente todo o arsenal bélico do planeta. Controla a Justiça, a(s) Igreja(s), e os registros históricos, tanto em arquivo como em museu. Em teoria, compete com a OC e a Styx; alguns diriam que todas as 3 trabalham em conjunto para governar o planeta; mas não seria exagero nenhum dizer que é Z quem detém o poder de fato.

- Zerar: acabado, terminado, completo, como nos videogames, mas de uso mais amplo.

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O MANDANTE DO CRIME

Nome: Heitor Coelho

Idade: 76

Paradeiro: desconhecido

Formado em: Direito com pós-graduação em Astrologia Jurídica; Astronomia; Teoria da Levitação; Projeciologia.

Gosta de ouvir: sons das profundezas do inferno ou laranjas caindo no lodo, o que vier primeiro.

Livro: sua cara por um preço camarada.

Nas horas vagas: viagens ao Submundo.

Qual a intenção desse blog: contar uma boa estória. Não reparou, retardado?

Signo: adivinha.

Aí, galera do Megazine: vão se fuder!

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