"(...)Não acontecia nada e o tédio não passava e ele sempre chegava em casa apenas pra ficar ali olhando o nada, sem nem conseguir dormir de tão vazio que se sentia. Até que naquele domingo, por algum motivo, a câmera em sua escrivaninha passou a lhe importunar profundamente. Com uma naturalidade um tanto bizarra, então, pressionou o botão vermelho e desligou-a, logo fazendo o mesmo com o resto das câmeras da casa – e pensando que muitos outros ao redor do mundo, e até mesmo muitos outros naquele edifício, tinham por costume fazer o mesmo de vez em quando; pensando que aquilo jamais poderia trazer-lhe grandes conseqüências.

Mas não."
O CARRASCO DE ÓRION

18.2.04

 
O banheiro fedia como se tivesse alguém tivesse morrido ali, ou um bicho, um rato, um cachorro. O chão estava quase todo coberto pela água sanitária que vazava da privada, as paredes de um cinza que já podia ter sido branco, uma dúzia de anos antes. Os canos estavam expostos por buracos na parede, a pia era o lar de pedaços de gesso e teias de aranha, a porta não tinha tranca e não fechava direito, e o papel higiênico estava em pedaços, possivelmente mordido por alguma das criaturas que cruzavam o lugar ao tentar encontrar o caminho do esgoto – e lá estava Eduardo de calça aberta, se masturbando.

Fosse qual fosse a lógica por detrás de seus atos, ele já estava deixando de se importar com ela. Fizera exatamente como Ana lhe disse, não para testar suas palavras ou descobrir do que afinal ela falava, mas somente porque, ao passar em frente ao fudzinho imundo estava tão excitado com a idéia que não parar lá para bater uma punheta parecia ainda mais estranho do que fazê-lo. E quanto mais perto da entrada, mais essa sensação cresceu, mais o seu corpo todo parecia pulsar de excitação, a ponto de desorientá-lo, de impedi-lo de caminhar em linha reta.

Ele dispensara a ajuda do dono do bar, apoiando-se pelas paredes como um bêbado, rolando por elas até a porta e através dela, arrastando a pele contra a laje pegajosa, inspirando o fedor de esgoto, ouvindo o gotejar ritmado dos vazamentos – mas parecia-lhe que a laje tinha a textura palpitante da pele úmida de suor; o esgoto, o perfume molhado do sexo; e o gotejar, o som inebriante de gemidos de prazer. E a cada respirar podia sentir seu coração apertando como quando Ana lhe cravara os olhos, a cada movimento de sua mão ouvia sua voz, imaginando que fosse ela quem agora o tocava, e imaginando que ela o lambia, apertava, arranhava, mordia; e depois a via despir-se a sua frente pouco a pouco, deixando-se primeiro entrever, depois tocar, depois beijar...

Não conseguira antes distinguir suas formas, dentro do vestido largo e escuro, e de fato mesmo agora elas permaneciam imprecisas, pequenos fragmentos, contornos borrados, como quando ele fantasiara, muito mais novo, com mulheres cuja nudez não conhecera – e já fazia anos que ele conseguia ver os corpos de quem quisesse, como aliás qualquer um. Mas não fantasiava: a fantasia requeria um esforço ativo que ele agora não empreendia; as imagens simplesmente vinham-lhe sem terem sido chamadas ou mesmo desejadas, e ele reagia, mas nunca deixou de perceber de maneira crua onde estava e o que fazia. Podia sentir que a parede era parede, que o fedor era fedor, que o vazamento era um vazamento, e que estava sozinho movendo as mãos ritmadamente ao redor de seu pau num banheiro de um fud cuja porta mal se encostava – mas toda esta percepção na verdade só o deixava mais excitado e mais confuso, e uma coisa ia alimentando a outra...

“Vai bater outra daqui a pouco?”, sussurrava a voz de Ana, e aos poucos mudava para “vai bater uma pra mim? Em minha homenagem? Em mim? Vai me dar a sua porra?”, e ele gritava “Vou!”, e o dono do fud achava que era só mais um bêbado, e ele nunca tinha passado por nada assim, nunca assim; tinha feito tudo que já passou por sua cabeça com qualquer uma, tinha estado em orgias, orgias, merda! E nunca assim. Não conseguia imaginar os contornos dela, a cor de sua pele, não sabia nem a cor de seus pêlos e agora estava enxergando pontos vermelhos ordenados como um grupo de estrelas, ou chuviscos numa tela plana ou como furos de faca. “Você vai me dar seu sangue?”, pela primeira vez gritou Ana, e em sua mente ele sentiu a língua dela perfurando-o como uma lâmina, e a lambuzava em seu próprio sangue; e era melhor do que qualquer foda de sua vida, sem HV, sem fama, sem ninguém comentando no dia seguinte, ninguém pedindo por favor, ninguém discutindo suas posições sexuais preferidas ou contando vantagens sobre o número de seus orgasmos – só ele, a Ana em sua imaginação, e uma única observadora.

- Sônia. – murmurou Eduardo, quase sem virar-se para a porta e sem em momento algum pensar em parar o que estava fazendo. Era ela, claro, quem o tinha seguido, primeiro até o bar, depois até aqui, daí a câmera. – Não entre. – ele ordenou, com força, mesmo sabendo que ela não obedeceria. Seus olhinhos verdes brilhavam de curiosidade parcialmente saciada, seus dedos deslizavam rapidamente pra cima e pra baixo na porta, e suas coxas, visíveis por debaixo de uma saia branca cortada, já passavam para dentro do banheiro. – Não entre. – repetiu, já fraco, tentando visualizar os seios dela através do decote, tentando adivinhar as linhas de seus quadris à meia luz.

Ela demorou a conseguir falar, e quando o fez sua voz era muito mais suave do que a expressão em seu rosto.

- O quê. O quê você... o quê você está fazendo?
- Batendo uma punheta.
- Ah. – ela encostou a porta. – Eu desliguei minha câmera, Eduardo.
- Desligou? Você?
- Por que eu fiz isso? – ela se aproximou.
- Fica longe.
- Não.

Ela fitou-o demoradamente, aparentemente paralisada. Desliza as mãos pelo corpo, aperta um dos braços enquanto Eduardo mal desacelera o ritmo de suas mãos.

- Eu desliguei minha câmera. – disse ela. – Eu escrevi dezenas de artigos investigativos sobre acidentes corporativos. Eu tenho 7 navegadores de rede em casa, 12 câmeras e 2.100 livros; eu recebo há pouco mais de uma semana bilhetes anônimos e acho que você os envia; gosto de creme de amendoim; de ficar por cima durante o sexo e de ler pelo menos 100 páginas de qualquer coisa por dia. Perdi minha irmã com 13 anos de idade. Desde essa época, em muitas noites tenho um branco e simplesmente não consigo me lembrar do que fiz. – desceu o olhar antes de completar. – E nunca tive tanto tesão na vida como agora.
- Eu sei. – respondeu Eduardo. – Mas não vou contar.
- Por favor! – ela esticou os braços na direção de seu rosto.
- Fique longe.
- Por quê?
- Não quero sentir sua pele, não quero ver o seu corpo.
- Por quê? - ela se aproximou mais, até quase se tocarem. Então levou as mãos às costas, deixando clara sua intenção de se despir.
- Não! – Eduardo a deteve com a voz.
- Por quê? – ela agora já se lamentava mais do que perguntava.
- Não faça isso. Não me veja, não fique aqui. Você não sabe no que está se metendo.

Ela passou a mão na parede suja, depois a esfregou no rosto dele.

- Por que estou gostando disso? Eduardo. – olhou pra baixo de novo, e com sua mão encostou na dele. – Deixa eu fazer junto contigo.
- Não faz isso. – respondeu, mas ela já mexia a mão junto com a sua, sem tocá-lo, e, com a direita, conduzia a esquerda dele para debaixo de sua saia. – Eu não sei o que vai ser de você se fizer. Pare com isso.

Mas a mão esquerda dele, junto à dela, já se recostava por outras paredes úmidas, e ela já gemia junto com as goteiras. Ela se esfregou pelas lajes enquanto o fazia, e virou-se de um lado para o outro, chutando a água sanitária, e em dado momento moveu os quadris de forma tão frenética que o braço de Eduardo chegava a doer só de acompanhar. E ele não podia ver ao certo a forma de suas curvas, nem sentir seu cheiro, mas o aperto em seu coração permanecia, e o rosto de Ana, e ele tinha certeza de que gritava alguma coisa, tinha certeza de que Sônia gritava alguma coisa, mas não sabia o que era, não sabia o que era ele, não sabia o que era laje ou coxa, buceta ou água sanitária, sabão ou porra, quando deslizou pela parede lentamente até caírem no chão. Então não disse mais nada.

Saíram os dois, deram uma gorjeta ao dono do fud, foram ao banheiro de outro lugar lavar-se, ligaram suas câmeras, e voltaram para a casa conversando futilidades.

posted by Heitor 22:33

 

 

 

 

Pop:

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A estória até agora (primeiro post em 22/07/2003):

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O LAR DO CARRASCO

Local: Rio de Janeiro, Brasil.

Época: 2058 D.C.

Condições: As cidades e as pessoas não mudam - não no que interessa. Mas se você se preocupa com os detalhes, eis um glossário para os perdidos.

DRAMATIS PERSONAE

Aécio: tutor de Márcia, a quem acolheu e criou desde muito nova.

Alice: mais nova residente do edifício de Eduardo, onde ocupa o décimo primeiro andar. Razoável, amigável, tolerante, bem-humorada, dona de olhos muito claros. Ocasionalmente causa um asco terrível e inexplicável a ele.

Ana: mulher misteriosa que Eduardo encontra no Jason’s. Pálida, cabelos da cor do fogo e olhos de um escuro imenso, fala de maneira oblíqua, desaparece quando bem entende e parece conhecer todos os segredos. Samantha alega que ela mente ao dizer seu nome.

Big H: hacker investigado por Caio, cujos logs costumava alterar de maneira provocativa.

Caio: músico do andar acima de Sônia. Sentia falta de intimidade. Freqüentava forums sobre sexo. Andava mexendo com um hacker chamado Big H. Foi encontrado morto no próprio quarto, talvez assassinado; muitas suspeitas recaem sobre Eduardo. Este por sua vez acha que foi Ana.

Dr. Cristóvam Ramirez: proprietário dos laboratórios Ramirez, foi o cabeça do projeto Ártemis. Tentou dissuadir, em vão, Oxford a não fugir com o Chronos. Desapareceu alguns anos atrás. Tem predileção por vocábulos de negação.

Dr. Richard Oxford: dono do restaurante onde Soraia atualmente trabalha. No passado, foi parte da equipe do projeto Ártemis, trabalhando com Ramirez. Desenvolveu o Chronos, um potente agente contra o envelhecimento, que por sua vez gerou um vírus terrível que exige vidas humanas para ser contido.

Dra. Anna Ericsson: bióloga, suas descobertas levaram à criação do projeto Ártemis, o qual integrou. Sônia verificou pelos arquivos que ela tinha os olhos escuros.

Eduardo: fio condutor da narrativa, é mestre em circuitos tecno-orgânicos de precisão, artista plástico frustrado e famoso bem sucedido. Profundamente entediado, adquiriu os hábitos peculiares de desligar as câmeras do seu vlog, de encontrar-se com uma ruiva de olhos escuros, e de ser suspeito de homicídio.

Heitor: autor desta estória.

Higínio: vigia dos registros de logs. Trabalha para a Z, mas tem um supervisor direto de identidade ainda desconhecida.

Homem de Capote Marrom: estranho de olhos muito claros por quem Márcia sentiu-se atraída uma noite no Jason’s, mas com quem nunca nem ao menos travou diálogo.

Irene: mora abaixo de Eduardo. Tem uma constituição física frágil mas esteticamente perfeita. Acredita em explicações lógicas para os sentimentos, e que o amor é uma projeção. Gosta de discutir e prender os outros interlocutores em armadilhas de argumentação lógica; Eduardo é o único capaz de rechaçá-la, o que tem por hábito fazer.

Jason: inglês, dono do bar Jason’s, freqüentado por Eduardo, trabalhou para a Z na busca dos restos do veículo ARX-Maglev.

Jorge: Engenheiro termodinâmico, reside dois andares abaixo de Eduardo, com quem simpatiza. Aficcionado pela profissão, metódico, muito sério no que faz, tem surtos de escapismo frenético.

Márcia: vizinha de Eduardo, mora no 1° andar do prédio. Perdeu os pais e o irmão gêmeo ao fugir na ARX-Maglev, quando criança. Pensa pouco antes de agir. Adora vermelho.

Maria: síndica do prédio, reside dois andares acima de Eduardo. Autoritária. Irrita-se com facilidade.

Miguel: vizinho de Eduardo, mora no andar imediatamente acima ao dele. Está de viagem há um mês e meio e deixou uma procuração com Alice para as reuniões de condomínio.

Mr. D: bio-hacker, aparentemente sub-contratado pela Z ou pela Styx. Criou a trava de segurança do vírus que o Chronos gerou.

Raphael Pontes: romancista de renome, autor de “De Fogo e de Vento”, a quem Sônia e Márcia muito apreciam.

Rubens: vizinho do 5° andar de Eduardo, é o mais jovem residente. Provocador e arrogante, irrita muito a Alice.

Safada_23, Fernanda, Taíse, Bruno, Carol, Luísa, Netrap, Hentai_Princess, Sweet, O outro e Slayer: participantes do holo-fórum “Debatendo Sexo em Aberto”. Caio acredita que Slayer seja, na verdade, Ana, e que ela tenha lhe enviado bilhetes. Slayer declarou que Caio morreria se continuasse a bisbilhotar Big H.

Samantha: irmã gêmea de Sônia, com quem divide agora o mesmo corpo e vida. Terrorista, promoveu diversos atentados aos laboratórios Ramirez. Deixou várias anotações misteriosas para a irmã, que as enviou a alguém que assina como R.

Sônia: repórter, mora dois andares acima de Márcia. Não é filha de um mortal. Sacrificou metade de sua vida para salvar a de Samantha, sua irmã gêmea. Recebeu bilhetes misteriosos que desconfia terem sido feitos por Eduardo. Rói as unhas. Tem uma curiosidade suicida.

Soraia: vizinha de cima de Márcia, bióloga em formação educacional, mas atualmente trabalhando como chefe de cozinha para Oxford. Já foi objeto do amor de Eduardo, que ainda lhe guarda rancor pelo desprezo que recebeu em troca; atualmente acusa-o de destruição de propriedade e do assassinato de Caio, nessa ordem. Tem imensas coleções no apartamento e olhos castanhos muito largos. Não gosta que gozem em seu edredom.

Tiago: antigo amigo de Eduardo, com quem perdeu o contato, reside na cobertura de seu edifício, onde passa o dia rabiscando desenhos, poemas e semelhantes obras de arte. Quieto e alienado do restante dos moradores, tem um séqüito de lags extremamente fiel.

VOCABULÁRIO

- .sdr: abreviatura de system damage report (relatório de danos no sistema); usada para identificar um formato de arquivo que mistura voz, texto e imagem para reconstituir e avaliar eventos danosos a um sistema digital.

- Amp: formato de gravação áudio/vídeo digital que consagrou-se como o mais rentável de todos, e eventualmente tornou-se sinônimo da gravação. Note-se que, hoje em dia, a capacidade de armazenamento dos drives caseiros (que existem em grande quantidade, cada pessoa possui vários drives e para várias funções) é tão grande, a de compressão do amp tão pequena, e a transferência da rede para qualquer aparelho, mesmo um trimag, tão rápida, que só os mais preciosistas preocupam-se em transferir as amps que possuem para DVD. A maioria apenas mantém um backup e pronto.

- Analfa: burro, idiota, estúpido, aculturado, etc. Membro da classe baixa, em oposição ao apelido “Huxleyano” da elite (alfa). Gíria muito antiga que retornou ao jargão recentemente.

- Bal: prazer, satisfação breve e facilmente adquirida.

- Ecotec: aglutinação dos vocábulos “tecnologia” e “ecologia”. Todo utensílio ligado à preservação do meio-ambiente, particularmente os mais modernos.

- Escrotar: você pode imaginar o que seja.

Fabrique: da gíria francesa “fabriqué”, muito em voga nos idos de 2030. Adjetivo que designa artificialidade, algo “com cara de recém-saído da fábrica”, certinho, reto, perfeitamente angulado, quadrado.

- Fud: misto de boite, motel, prostíbulo e casa de jogos muito comum na noite carioca.

- Grito-Mestre: objeto, quase sempre um documento, de grande importância, ou contendo informação importante.

- HV: holovisão. Aparelho semelhante à TV, só que em 3D. O nome completo, em teoria, é Tele-Holo-Visão, mas ninguém usa esse termo, mesmo formalmente.

- Maltrão: membro da classe baixa (ralé). Termo levemente informal.

- Mercúria: micro-câmera voadora para uso pessoal, programada para rotacionar em torno do usuário e filmá-lo de ângulos diversos. Usada em conjunto com o trimeg, permite que o dono de um log seja acompanhado online realmente 24hs. por dia. O modelo e a logo-marca pertencem a Z.

- OC: abreviação de Oceania, conglomerado empresarial originariamente asiático que domina os mercados da produção artística (música, escultura, cinema, teatro – a mais decadente de todas, dança, escrita fictícia e documentária, em prosa ou verso, pintura, arte sequencial e interativa), além das tecnologias de transporte, agricultura, fornecimento de alimentos e congêneres. É encarregada do fornecimento de drogas e é a criadora do soma. Além disso, encarrega-se do que já foi o Poder Legislativo. Teoricamente, compete com a Z e a Styx, mas todos sabem que elas são parceiras no que concerne ao governo do mundo.

- Ouél: membro da classe econômica alta (elite). De conotação apenas levemente informal.

- Pé: membro da classe baixa (ralé). Termo razoavelmente pejorativo.

- Pop: uma ampliação do sentido de hoje em dia. Além de abreviação para “popular” e “popularidade”, é a unidade de medida de audiência, e usado para qquer coisa q envolva audiência ou fama em geral.

- Rap: adjetivo para escandaloso, chamativo, estiloso.

- Ritar: chamar, ligar para, “telefonar” (quase não se usa mais telefone desde a popularização do vídeofone); atingir, acertar, golpear.

RPC: abreviação de “rio pra caralho” (ou “rindo pra caralho”); inspirada no “laugh my ass off” americanos, é usado em conversas de texto da Rede como expressão de estado de humor do interlocutor, e denota, como se pode deduzir, riso intenso, quase incontrolável.

- Rúfer: chefão, homem de cima, quem manda; alguém que não abdica de uma vantagem.

Streamline: corrente em inglês, designa uma via de acesso de dados em rede.

- Styx: conglomerado empresarial europeu que domina todos os setores bio-medicinais e de extração mineral (da medicina à clonagem, do garimpo às Usinas Solares e Nucleares). Além disso, são encarregados dos serviços funerários e do que já foi o Poder Executivo local, isto é, exercido nas unidades federativas (prefeito, governador, etc.), visto q o Executivo Nacional não mais existe como tal. Teoricamente é competidora da Z e da OC, mas é fácil deduzir que elas, na verdade, auxiliam-se mutuamente para ditar o rumo da Nova Ordem Mundial.

Tiltado(a): pasmo, estupefato; catatônico.

Torre: denominação dada a um setor de armazenamento de informações digitais organizado em níveis.

- Trimeg: corruptela de 3mg, por sua vez abreviação de mini-multi-media gadget, descendente distante do celular que congrega as funções de videofone, videogame, reprodutor e gravador de arquivos de áudio e vídeo, câmera filmadora e fotográfica, além de transferência de dados usuário-usuário, e acesso completo à Rede. A tecnologia e a logomarca pertencem à Z.

- Z: o maior conglomerado empresarial do mundo, surgiu na América do Norte e dominou todos os setores de informática, comunicação, fornecimento de energia, navegação aero-espacial e, como se não bastasse, virtualmente todo o arsenal bélico do planeta. Controla a Justiça, a(s) Igreja(s), e os registros históricos, tanto em arquivo como em museu. Em teoria, compete com a OC e a Styx; alguns diriam que todas as 3 trabalham em conjunto para governar o planeta; mas não seria exagero nenhum dizer que é Z quem detém o poder de fato.

- Zerar: acabado, terminado, completo, como nos videogames, mas de uso mais amplo.

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O MANDANTE DO CRIME

Nome: Heitor Coelho

Idade: 76

Paradeiro: desconhecido

Formado em: Direito com pós-graduação em Astrologia Jurídica; Astronomia; Teoria da Levitação; Projeciologia.

Gosta de ouvir: sons das profundezas do inferno ou laranjas caindo no lodo, o que vier primeiro.

Livro: sua cara por um preço camarada.

Nas horas vagas: viagens ao Submundo.

Qual a intenção desse blog: contar uma boa estória. Não reparou, retardado?

Signo: adivinha.

Aí, galera do Megazine: vão se fuder!

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