"(...)Não acontecia nada e o tédio não passava e ele sempre chegava em casa apenas pra ficar ali olhando o nada, sem nem conseguir dormir de tão vazio que se sentia. Até que naquele domingo, por algum motivo, a câmera em sua escrivaninha passou a lhe importunar profundamente. Com uma naturalidade um tanto bizarra, então, pressionou o botão vermelho e desligou-a, logo fazendo o mesmo com o resto das câmeras da casa – e pensando que muitos outros ao redor do mundo, e até mesmo muitos outros naquele edifício, tinham por costume fazer o mesmo de vez em quando; pensando que aquilo jamais poderia trazer-lhe grandes conseqüências.

Mas não."
O CARRASCO DE ÓRION

27.8.03

 

No final das contas, quando se viu a sós no meio da rua, Eduardo acabou resolvendo fazer exatamente como Alice sugerira: ir a um bar, beber alguma coisa e espairar.

Já nem se lembrava mais onde ficavam os bares naquela vizinhança. A última vez que freqüentara um fora há 3 anos, quando foi ao “Bazar” pela última vez; ouvira dizer que agora tinha sido vendido e transformado em uma fud para transexuais. Ainda assim, rumou na direção dele, como que por reflexo.

Subiu a rua até chegar à praia; sempre que podia, preferia ir pela praia. Trazia-lhe alívio, e era bom escapar um pouco da vertiginosa claustrofobia que as edificações da cidade lhe causavam. Além disso o mar litorâneo era a única coisa livre de qualquer forma de construção humana.

Engraçado, pensava, todas as cidades do mundo cresceram para cima. Em quase todas, os ouéls subiram junto com os edifícios, colocando-se acima dos pés tanto física quanto economicamente. Mas no Rio não; lá, quanto mais alto, mais se estava longe da praia, e quanto mais perto da praia, mais rico. As favelas haviam crescido para cima, além dos morros, apoiadas pela política de urbanização do governo municipal e por um slogan idiota de “aqui os maltrões é que são os rúfers”; agora haviam se tornado gigantescas comunidades semiflutuantes, tapando a luz do sol e das estrelas ao longo da cidade inteira.

Menos na praia. Ninguém ousaria tocar na praia.

Já tinham inventado mil motivos para instalarem todo o tipo de geringonça à beira-mar: geringonças extratoras, informativas, sanitárias, de segurança e, especialmente, as geringonças “ecológicas”, que “faziam tudo pelo bem-estar do meio ambiente”, mas a Eduardo parecia que só existiam para deixar tudo mais e mais fabrique, mais e mais feio.

Só a praia escapou da praga da ecotec, e mesmo assim, nem toda. Alguns setores resolveram adotá-las, por “inventividade e ousadia”, em especial boa parte da Barra, e outras áreas analfas que seguiram o exemplo; agora suas águas litorâneas eram cristalinas e infestadas de robôs-garis em miniatura aliados a bóias-filtro translúcidas que eram 3 vezes mais repelentes que qualquer colifórmio fecal.

A impopularidade da medida fez não só com que a OC poupasse a velha Zona Sul de destino semelhante, mas incentivou toda a revitalização da área – permitindo a Eduardo caminhar pelo calçadão e sentir a brisa marinha acariciando seu rosto, com a força dos ventos e a aspereza da areia abusivamente pisada.

Passou reto pelos inúmeros quiosques, botecos e botequins. Cerca de quatro quadras adiante, a mera visão do velho Bazar, mesmo à distância de alguns quarteirões, o desencorajou sequer de aproximar-se para saciar a curiosidade. Continuou andando.

Pegou-se fitando as estrelas. A luz era muita e era difícil enxergar qualquer ponto no céu, mas, por algum motivo, olhou lenta e atentamente para uma seqüência de estrelas alinhadas. Devia saber quais eram, devia mesmo... lembrava-se de saber.

Uma espécie de calafrio percorreu-lhe a espinha, revertendo-se rapidamente em medo, e seguido por um súbito ódio. Eduardo puxou seu trimeg do bolso, agarrou a mercúria com força e esteve a ponto de jogar ambos no chão, destruindo-os por completo, mas acabou contendo-se e apenas desligando os aparelhos. Como se pudesse compensar o próprio auto-controle, correu até uma lixeira próxima e chutou-a repetidamente, até que estivesse totalmente destruída e seu conteúdo esparramado pelo chão.

Já nem mais se perguntava de onde vinham tantos impulsos, apenas acostumava-se a eles.

Somente quando guardou o trimeg e a câmera no bolso, reparou que já tinha andado Ipanema quase inteira, e decidiu sair da praia. Já estava ficando frio demais e suas pernas estavam desacostumadas com o uso. Além disso... havia um impulso. Outro.

Subiu a rua seguinte, e reparou que, lá no fim, havia algum movimento. Aparentemente um bar, um pouco maior e um pouco... diferente do comum. Aproximou-se e, após alguns minutos, conseguiu ler o letreiro, o único da rua que não brilhava em neón:

“Jason’s”.

posted by Heitor 00:27

6.8.03

 

Eduardo não sabia porque tinha saído do quarto, não sabia porque estava entrando no elevador, não poderia dar qualquer motivo para aquilo; ainda assim, fizera ambas as coisas.

Havia sentido uma espécie de asco na casa de Márcia, agora há pouco. Não era incomum, acontecia a ele de vez em quando: nos pontos mais altos de delírio, de prazer, de diversão, justo quando ele deveria estar abandonando as preocupações mundanas e deixando-se levar – algo acontecia e ele sentia-se de novo com os pés no chão, vendo as coisas pelo que eram. Quando viu Márcia e Jorge se engalfinhando no chão da sala, entorpecidos pelo soma, não viu beleza, não viu prazer, viu apenas dois idiotas tentando encolher-se num mundinho de bal.

“E qual é o problema? O que há de errado em entregar-se à bal?”, pensou. “O melhor seria voltar lá e me divertir. Por que não?”

Mas tudo que fez foi apertar o botão do elevador de novo e de novo, para entrar nele sem olhar pra frente assim que ouviu o som das portas se abrindo.

- Boa tarde, Eduardo. – soou uma voz doce.

Alice. Não tinha reparado que ela estava ali.

- Oi. – ele respondeu, desgostoso.

Não sabia porque a presença dela o incomodava, do mesmo jeito que não sabia o que o fizera sentir aquele asco, minutos atrás. Ela era gentil, risonha, bem humorada... Nem era séria demais, como Maria; aliás muito pelo contrário: costumava agir de maneira descontraída, apesar de estar encarregada da administração do prédio. Vestia-se bem, com roupas de cores alegres, prazerosas, saias meio soltas como a azul que usava agora.

- Você me deve um recibo de conta de luz. – ela sorriu. Seus olhos eram da cor do céu, sem tirar nem por. Da cor do céu.

- Amanhã entrego.

- Mau humor? – ela aproximou o rosto, analisando-o, depois recuou. – Aposto que pelo mesmo motivo pelo qual desligou a câmera ontem. Quer espairar um pouco, ir beber alguma coisa? Te acompanho. Talvez faça bem conversar a respeito.

- Não.

Ele ia dizer sim. Devia ter dito sim. Abriu a boca pra dizer sim. Foi depois de ouvir a última frase que o “não” saiu.

- Então tá. – ela concluiu, e saltou no 11° andar. O elevador tinha subido e Eduardo nem ao menos tinha notado. – Tchau. Qualquer coisa, me rite.

Por que diabos ela sempre dizia isso? Sabia que ele não ia ritar.

Ele nunca ritava ninguém.

posted by Heitor 19:37

 

 

 

 

Pop:

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A estória até agora (primeiro post em 22/07/2003):

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O LAR DO CARRASCO

Local: Rio de Janeiro, Brasil.

Época: 2058 D.C.

Condições: As cidades e as pessoas não mudam - não no que interessa. Mas se você se preocupa com os detalhes, eis um glossário para os perdidos.

DRAMATIS PERSONAE

Aécio: tutor de Márcia, a quem acolheu e criou desde muito nova.

Alice: mais nova residente do edifício de Eduardo, onde ocupa o décimo primeiro andar. Razoável, amigável, tolerante, bem-humorada, dona de olhos muito claros. Ocasionalmente causa um asco terrível e inexplicável a ele.

Ana: mulher misteriosa que Eduardo encontra no Jason’s. Pálida, cabelos da cor do fogo e olhos de um escuro imenso, fala de maneira oblíqua, desaparece quando bem entende e parece conhecer todos os segredos. Samantha alega que ela mente ao dizer seu nome.

Big H: hacker investigado por Caio, cujos logs costumava alterar de maneira provocativa.

Caio: músico do andar acima de Sônia. Sentia falta de intimidade. Freqüentava forums sobre sexo. Andava mexendo com um hacker chamado Big H. Foi encontrado morto no próprio quarto, talvez assassinado; muitas suspeitas recaem sobre Eduardo. Este por sua vez acha que foi Ana.

Dr. Cristóvam Ramirez: proprietário dos laboratórios Ramirez, foi o cabeça do projeto Ártemis. Tentou dissuadir, em vão, Oxford a não fugir com o Chronos. Desapareceu alguns anos atrás. Tem predileção por vocábulos de negação.

Dr. Richard Oxford: dono do restaurante onde Soraia atualmente trabalha. No passado, foi parte da equipe do projeto Ártemis, trabalhando com Ramirez. Desenvolveu o Chronos, um potente agente contra o envelhecimento, que por sua vez gerou um vírus terrível que exige vidas humanas para ser contido.

Dra. Anna Ericsson: bióloga, suas descobertas levaram à criação do projeto Ártemis, o qual integrou. Sônia verificou pelos arquivos que ela tinha os olhos escuros.

Eduardo: fio condutor da narrativa, é mestre em circuitos tecno-orgânicos de precisão, artista plástico frustrado e famoso bem sucedido. Profundamente entediado, adquiriu os hábitos peculiares de desligar as câmeras do seu vlog, de encontrar-se com uma ruiva de olhos escuros, e de ser suspeito de homicídio.

Heitor: autor desta estória.

Higínio: vigia dos registros de logs. Trabalha para a Z, mas tem um supervisor direto de identidade ainda desconhecida.

Homem de Capote Marrom: estranho de olhos muito claros por quem Márcia sentiu-se atraída uma noite no Jason’s, mas com quem nunca nem ao menos travou diálogo.

Irene: mora abaixo de Eduardo. Tem uma constituição física frágil mas esteticamente perfeita. Acredita em explicações lógicas para os sentimentos, e que o amor é uma projeção. Gosta de discutir e prender os outros interlocutores em armadilhas de argumentação lógica; Eduardo é o único capaz de rechaçá-la, o que tem por hábito fazer.

Jason: inglês, dono do bar Jason’s, freqüentado por Eduardo, trabalhou para a Z na busca dos restos do veículo ARX-Maglev.

Jorge: Engenheiro termodinâmico, reside dois andares abaixo de Eduardo, com quem simpatiza. Aficcionado pela profissão, metódico, muito sério no que faz, tem surtos de escapismo frenético.

Márcia: vizinha de Eduardo, mora no 1° andar do prédio. Perdeu os pais e o irmão gêmeo ao fugir na ARX-Maglev, quando criança. Pensa pouco antes de agir. Adora vermelho.

Maria: síndica do prédio, reside dois andares acima de Eduardo. Autoritária. Irrita-se com facilidade.

Miguel: vizinho de Eduardo, mora no andar imediatamente acima ao dele. Está de viagem há um mês e meio e deixou uma procuração com Alice para as reuniões de condomínio.

Mr. D: bio-hacker, aparentemente sub-contratado pela Z ou pela Styx. Criou a trava de segurança do vírus que o Chronos gerou.

Raphael Pontes: romancista de renome, autor de “De Fogo e de Vento”, a quem Sônia e Márcia muito apreciam.

Rubens: vizinho do 5° andar de Eduardo, é o mais jovem residente. Provocador e arrogante, irrita muito a Alice.

Safada_23, Fernanda, Taíse, Bruno, Carol, Luísa, Netrap, Hentai_Princess, Sweet, O outro e Slayer: participantes do holo-fórum “Debatendo Sexo em Aberto”. Caio acredita que Slayer seja, na verdade, Ana, e que ela tenha lhe enviado bilhetes. Slayer declarou que Caio morreria se continuasse a bisbilhotar Big H.

Samantha: irmã gêmea de Sônia, com quem divide agora o mesmo corpo e vida. Terrorista, promoveu diversos atentados aos laboratórios Ramirez. Deixou várias anotações misteriosas para a irmã, que as enviou a alguém que assina como R.

Sônia: repórter, mora dois andares acima de Márcia. Não é filha de um mortal. Sacrificou metade de sua vida para salvar a de Samantha, sua irmã gêmea. Recebeu bilhetes misteriosos que desconfia terem sido feitos por Eduardo. Rói as unhas. Tem uma curiosidade suicida.

Soraia: vizinha de cima de Márcia, bióloga em formação educacional, mas atualmente trabalhando como chefe de cozinha para Oxford. Já foi objeto do amor de Eduardo, que ainda lhe guarda rancor pelo desprezo que recebeu em troca; atualmente acusa-o de destruição de propriedade e do assassinato de Caio, nessa ordem. Tem imensas coleções no apartamento e olhos castanhos muito largos. Não gosta que gozem em seu edredom.

Tiago: antigo amigo de Eduardo, com quem perdeu o contato, reside na cobertura de seu edifício, onde passa o dia rabiscando desenhos, poemas e semelhantes obras de arte. Quieto e alienado do restante dos moradores, tem um séqüito de lags extremamente fiel.

VOCABULÁRIO

- .sdr: abreviatura de system damage report (relatório de danos no sistema); usada para identificar um formato de arquivo que mistura voz, texto e imagem para reconstituir e avaliar eventos danosos a um sistema digital.

- Amp: formato de gravação áudio/vídeo digital que consagrou-se como o mais rentável de todos, e eventualmente tornou-se sinônimo da gravação. Note-se que, hoje em dia, a capacidade de armazenamento dos drives caseiros (que existem em grande quantidade, cada pessoa possui vários drives e para várias funções) é tão grande, a de compressão do amp tão pequena, e a transferência da rede para qualquer aparelho, mesmo um trimag, tão rápida, que só os mais preciosistas preocupam-se em transferir as amps que possuem para DVD. A maioria apenas mantém um backup e pronto.

- Analfa: burro, idiota, estúpido, aculturado, etc. Membro da classe baixa, em oposição ao apelido “Huxleyano” da elite (alfa). Gíria muito antiga que retornou ao jargão recentemente.

- Bal: prazer, satisfação breve e facilmente adquirida.

- Ecotec: aglutinação dos vocábulos “tecnologia” e “ecologia”. Todo utensílio ligado à preservação do meio-ambiente, particularmente os mais modernos.

- Escrotar: você pode imaginar o que seja.

Fabrique: da gíria francesa “fabriqué”, muito em voga nos idos de 2030. Adjetivo que designa artificialidade, algo “com cara de recém-saído da fábrica”, certinho, reto, perfeitamente angulado, quadrado.

- Fud: misto de boite, motel, prostíbulo e casa de jogos muito comum na noite carioca.

- Grito-Mestre: objeto, quase sempre um documento, de grande importância, ou contendo informação importante.

- HV: holovisão. Aparelho semelhante à TV, só que em 3D. O nome completo, em teoria, é Tele-Holo-Visão, mas ninguém usa esse termo, mesmo formalmente.

- Maltrão: membro da classe baixa (ralé). Termo levemente informal.

- Mercúria: micro-câmera voadora para uso pessoal, programada para rotacionar em torno do usuário e filmá-lo de ângulos diversos. Usada em conjunto com o trimeg, permite que o dono de um log seja acompanhado online realmente 24hs. por dia. O modelo e a logo-marca pertencem a Z.

- OC: abreviação de Oceania, conglomerado empresarial originariamente asiático que domina os mercados da produção artística (música, escultura, cinema, teatro – a mais decadente de todas, dança, escrita fictícia e documentária, em prosa ou verso, pintura, arte sequencial e interativa), além das tecnologias de transporte, agricultura, fornecimento de alimentos e congêneres. É encarregada do fornecimento de drogas e é a criadora do soma. Além disso, encarrega-se do que já foi o Poder Legislativo. Teoricamente, compete com a Z e a Styx, mas todos sabem que elas são parceiras no que concerne ao governo do mundo.

- Ouél: membro da classe econômica alta (elite). De conotação apenas levemente informal.

- Pé: membro da classe baixa (ralé). Termo razoavelmente pejorativo.

- Pop: uma ampliação do sentido de hoje em dia. Além de abreviação para “popular” e “popularidade”, é a unidade de medida de audiência, e usado para qquer coisa q envolva audiência ou fama em geral.

- Rap: adjetivo para escandaloso, chamativo, estiloso.

- Ritar: chamar, ligar para, “telefonar” (quase não se usa mais telefone desde a popularização do vídeofone); atingir, acertar, golpear.

RPC: abreviação de “rio pra caralho” (ou “rindo pra caralho”); inspirada no “laugh my ass off” americanos, é usado em conversas de texto da Rede como expressão de estado de humor do interlocutor, e denota, como se pode deduzir, riso intenso, quase incontrolável.

- Rúfer: chefão, homem de cima, quem manda; alguém que não abdica de uma vantagem.

Streamline: corrente em inglês, designa uma via de acesso de dados em rede.

- Styx: conglomerado empresarial europeu que domina todos os setores bio-medicinais e de extração mineral (da medicina à clonagem, do garimpo às Usinas Solares e Nucleares). Além disso, são encarregados dos serviços funerários e do que já foi o Poder Executivo local, isto é, exercido nas unidades federativas (prefeito, governador, etc.), visto q o Executivo Nacional não mais existe como tal. Teoricamente é competidora da Z e da OC, mas é fácil deduzir que elas, na verdade, auxiliam-se mutuamente para ditar o rumo da Nova Ordem Mundial.

Tiltado(a): pasmo, estupefato; catatônico.

Torre: denominação dada a um setor de armazenamento de informações digitais organizado em níveis.

- Trimeg: corruptela de 3mg, por sua vez abreviação de mini-multi-media gadget, descendente distante do celular que congrega as funções de videofone, videogame, reprodutor e gravador de arquivos de áudio e vídeo, câmera filmadora e fotográfica, além de transferência de dados usuário-usuário, e acesso completo à Rede. A tecnologia e a logomarca pertencem à Z.

- Z: o maior conglomerado empresarial do mundo, surgiu na América do Norte e dominou todos os setores de informática, comunicação, fornecimento de energia, navegação aero-espacial e, como se não bastasse, virtualmente todo o arsenal bélico do planeta. Controla a Justiça, a(s) Igreja(s), e os registros históricos, tanto em arquivo como em museu. Em teoria, compete com a OC e a Styx; alguns diriam que todas as 3 trabalham em conjunto para governar o planeta; mas não seria exagero nenhum dizer que é Z quem detém o poder de fato.

- Zerar: acabado, terminado, completo, como nos videogames, mas de uso mais amplo.

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O MANDANTE DO CRIME

Nome: Heitor Coelho

Idade: 76

Paradeiro: desconhecido

Formado em: Direito com pós-graduação em Astrologia Jurídica; Astronomia; Teoria da Levitação; Projeciologia.

Gosta de ouvir: sons das profundezas do inferno ou laranjas caindo no lodo, o que vier primeiro.

Livro: sua cara por um preço camarada.

Nas horas vagas: viagens ao Submundo.

Qual a intenção desse blog: contar uma boa estória. Não reparou, retardado?

Signo: adivinha.

Aí, galera do Megazine: vão se fuder!

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